A quinta edição do estudo foi apresentada no Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial
A quinta edição do Índice de Equidade Racial nas Empresas (IERE) destacou um aumento no engajamento das organizações em relação à pauta racial no Brasil. Entre os seis pilares fundamentais avaliados no estudo, cinco apresentaram melhora na nota média das empresas participantes. Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira, 18 de novembro, durante o Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo a pesquisa, em 2023, os homens negros representavam, em média, 15% do total de colaboradores das empresas participantes, enquanto as mulheres negras correspondiam a 12%. Em 2024, esses percentuais subiram para 19% e 13%, respectivamente. Nos cargos de diretoria, superintendência ou alta gerência, a participação de homens e mulheres negros aumentou de 7% e 3%, respectivamente, para 8% e 4%. Já no quadro executivo ou no conselho de administração, o índice agregado de homens e mulheres negros passou de 5% para 5,6%.
Para Raphael Vicente, diretor-geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, os dados demonstram avanços importantes, mas reforçam a necessidade de atenção contínua. “Pela primeira vez o IERE reportou uma melhora robusta em quase todos os pilares. Nas edições anteriores, observávamos progresso em um pilar, mas uma piora semelhante em outro, resultando em pouca variação no índice global. Esses resultados mostram que o primeiro passo foi dado. Desde a primeira edição do IERE, em 2020, a avaliação sobre a diversidade apresenta um padrão recorrente: a população negra é minoria, e sua representatividade diminui conforme o nível hierárquico aumenta. No entanto, já estamos identificando avanços. Um exemplo é o aumento da representatividade da população negra em praticamente todos os cargos e funções nas empresas”, afirma.
Em sua quinta edição, o IERE é considerado o mais robusto indicador sobre diversidade, equidade e igualdade racial no Brasil. O índice utiliza uma metodologia que estimula a competição positiva entre as empresas e oferece relatórios individuais customizados, comparando o desempenho de cada organização com seu setor e com o universo da Iniciativa.
A edição deste ano contou com a participação de 45 empresas, das quais 80% já haviam participado de edições anteriores. Essas organizações possuem, portanto, diagnósticos claros de suas situações e estão aptas a implementar políticas e ações afirmativas concretas.
Juntas, as empresas participantes do IERE somam um faturamento superior a R$ 1 trilhão, destacando o protagonismo e a relevância do indicador. “Neste ano, também realizamos um teste de abertura para a participação de empresas não signatárias, o que será implementado efetivamente no próximo ano. Com isso, espera-se que a amostra do IERE se amplie ainda mais, promovendo a troca de experiências positivas entre as empresas e fortalecendo sua proposta de enfrentamento ao racismo estrutural no mercado de trabalho brasileiro”, explica Raphael.
Neste ano o Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial, conta com apresentação do Carrefour, Master Bradesco e Coca-Cola, patrocinadores BNDES, Correios, Banco do Brasil, Vivo e Ambev, e apoio da ACNUR-ONU, APP – Associação dos Profissionais de Propaganda, Câmara Alemã de Comércio, CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ e Empresas, IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, IBRAC – Instituto Brasileiro de Estudos da Concorrência, Consumo e Comércio Internacional, Movimento Mulher 360.