Na primeira mesa intitulada Biografia do Samba e Escolas de Samba como fonte de conhecimento participaram Amailton Azevedo, Prof. Dr. da PUC-SP e Fabiana Cozza, Profª Mestra, cantora e compositora. A mediação foi da curadora Claudia Alexandre.
“Um congresso como esse é relevante porque contribui para a preservação, talvez, da maior expressão musical do Brasil, que é o samba. Portanto, esse diálogo entre comunidades do samba, universidades e pesquisadores contribui para fortalecer a memória e evitar um esquecimento”, afirmou o professor Azevedo.
A cantora e professora Fabiana Cozza ressaltou que o “quilombo é o lugar da criação, da potência criativa. Cada quilombo de escola de samba é diferente, mas, ainda assim, possui elementos em comum”, lembrou Cozza.
Aprendizagem com o samba
O objetivo da mesa Samba na Escola e Escola de Samba: Educação para a valorização da cultura e das pessoas foi destacar o papel essencial das escolas de samba como espaços pedagógicos únicos. Funcionando como verdadeiras “Escolas”, elas vão além do espetáculo carnavalesco, atuando como centros de transmissão de diversos tipos de conhecimento.
Para César Rodrigues, Profº Dr. e Coordenador do Grupo de Pesquisas Raça, Culturas Negras e Gêneros, é possível identificar muitas melhoras nas questões interdisciplinares com a ajuda do samba.
“Quando eu vim para cá eu vim pensando o que mais se fazia num quilombo? Num quilombo se ensinava. Um quilombo é um lugar a se ensinar a atinar a nossa liberdade de volta. “O samba para nós é dança, festa e oração. A Escola d Samba também é lugar de aprender e trocar experiências”, afirmou Fernando Estima, Profº e componente da Escola de Samba Mocidade Alegre.
Das ruas ao Espetáculo
Na mesa Das ruas ao Espetáculo: patrimônio, economia criativa e sustentabilidade na folia paulista participaram Rodrigo Meineres, carnavalesco da Pérola Negra; André Machado, carnavalesco da Águia de Ouro e André Felipe, do Departamento Cultural da Vai-Vai. A mediação foi de Bruno Baronetti, historiador e pesquisador da cultura popular brasileira.
“Para o carnavalesco, o desafio é triplicado. Todo carnavalesco hoje em dia, ele tem que entender muito de matemática porque precisa fazer conta o tempo inteiro, de quanto vai gastar, saber onde economizar e onde investir é fundamental para ter sucesso. Pensar na economia da empresa Escola de Samba e na economia na vida das pessoas que trabalham para o carnaval. O carnaval é uma grande festa, mas é também fundamental para essa economia”, revela Rodrigo Meineres, carnavalesco da Pérola Negra
“Como não se apaixonar por uma festa que leva tanta cultura e conhecimento?”, pergunta André Machado, carnavalesco da Águia de Ouro. “Um lugar onde as pessoas se relacionam e levam a bandeira do samba. Eu nunca fiz faculdade, mas o samba me deu tudo! Sou do Rio de Janeiro, mas encontrei em Aão Paulo o meu espaço e o meu lugar”, confidenciou.
De acordo com André Felipe, do Departamento Cultural da Vai-Vai, é preciso gerar valor para as escolas de samba, atividades extras carnavalescas, além das atividades tradicionais de ensaios e o desfile. “Precisamos compor o caixa para que as escolas possam se manter durante o ano. Precisamos ter uma articulação de liderança para as nossas demandas e necessidades para tratar com o poder público”, enalteceu André Felipe.
Mulheres no samba
Na última mesa intitulada Acadêmicas dos Sambas e Mulheres no Carnaval de São Paulo participaram Rejane Romano, jornalista e fundadora da Escola de Samba Filhos do Zaire; Cris Blue, do Bloco Afro Ilú Obá de Min; Maria Helena, embaixatriz do Carnaval Paulistano, e Luzinete Borges, pesquisadora Acadêmicas dos Sambas. A mediação foi da jornalista Adriana Terra e relatoria de Camila Gonçalves (produtora de eventos e de conteúdo).
Para fechar com chave de ouro o II Congresso do Samba – UniSamba/Universidade Zumbi dos Palmares, a cantora Preta Archanjo comandou uma animada roda de samba com os convidados e público.